Bossa na Oca

A Exposição Bossa na Oca, organizada em comemoração aos 50 anos do nascimento do gênero musical no Brasil, investe em recursos tecnológicos para retratar os artistas e temas que marcaram a história do País e difundiram a música brasileira pelo mundo todo.

Apesar do charme e das linhas arrojadas da Oca como cenário, a mostra carece de elementos que envolvam o espectador e o insiram, de fato, na atmosfera romântica dos anos antecedentes à ditadura militar.
No pavimento térreo, há um fusca conversível, esculturas da época, e uma linha do tempo, com textos e imagens das décadas de 50 e 60, com enfoque em áreas como política, cultura, artes e fatos que pontuaram o período.

No tocante às atrações multimídia, são veiculados documentários curtos, com destaque para personalidades como Vinícius e Tom Jobim, em que os idealizadores se debruçam sobre as trajetórias individuais dos artistas e a mágica parceria que originou clássicos da bossa nova como Chega de Saudade, Garota de Ipanema e Eu sei que vou te amar.

Ícones como João Gilberto – não afeito a entrevistas ou alusões a si – não desfrutam de muito espaço na exposição cuja curadoria é dividida entre Carlos Nader e Marcello Dantas.

Os pontos fortes se concentram na metonímia Rio de Janeiro/ Brasil. A trilha sonora tocada pela juventude carioca, com letras que abordavam o amor, o mar e a beleza eternizaram a capital fluminense e divulgaram o Corcovado, as praias, os botequins e a boemia pelo globo. Esses elementos são fortemente impressos na reprodução do calçadão da praia de Copacabana e na projeção do mar no teto da Oca, em que os visitantes a contemplam ouvindo o cancioneiro da era sessentista.

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