Não ficaram só as palavras


Estou diante de um espelho enorme, infinito. Escuto uma música linda e leio palavras que um dia me fizeram chorar, um pouco por alegria, um pouco por tristeza. Enquanto essa música existir e essas letras puderem ser lidas, ainda existirá sentimento no meu coração. Um sentimento que era "sentido", "vivido" e "relatado". Ao mesmo tempo em que racionalizei muitas coisas, também me deixei levar, simplesmente. Os julgamentos podiam esperar. E a tristeza, também. Enquanto fui feliz, meu coração transbordou amor. Um amor que jamais pude dimensionar. Um amor "que não se mede, que não se repete". Mas que se foi, junto com a chegada da realidade. Era tão jovem. Muito jovem. Jovem ao ponto de não imaginar quais seriam os próximos passos. Ingênua. Talvez essa ingenuidade ainda habite alguma morada bem escondida, talvez não. Sei, entretanto, que ninguém jamais tirará de mim esse sonho. Um pequeno átomo, grão de areia, pixel, ou algo do gênero...um mundo completo, com vida, luz e proventos que ainda gravita nas minhas lembranças. Somente nelas. Algo só meu, talvez de outro. Uma época feliz.

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