A lua e eu

O que eu sou? Como eu me enxergo e como as pessoas ao meu redor me veem? Sou bela, artista, engraçada? Chata, re (ou irre) sponsável? Metódica, alegre? Feliz ou burra? Olho para a lua. Enigmática, fugidia. Com a minha câmera, consigo enxergá-la em close, vejo suas crateras, suas marcas, sua história. Quantas coisas ela teria para contar, se pudesse.

O que ela e meus dilemas têm em comum? Talvez a percepção de que estejam sempre ali, sabe-se lá qual a razão. A velha esfera de face esburacada ilumina de forma suave as montanhas, rios e estradas e disfarça imperfeições do mundo, derramando seu suave véu de luz sobre a lacuna de claridade deixada pelo sol.

Ela e eu somos mistério, mais perguntas que respostas, mais devaneios que certezas. A lua, dizem, regula marés, ciclos menstruais e partos; inspira poetas, loucos e lobisomens; talvez seja desorientadora - que o digam os lunáticos...enfim...é um símbolo das contradições, do bem e do mal, quiçá uma síntese dos sentimentos e medos humanos.

Ainda abrirei meus braços à beira de um penhasco, diante da lua cheia, e terei toda a clarividência de que preciso para enxergar além da noite e da natureza.

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