Bem devagar



Amor velho que se perde, sai correndo pra outro ninho...amor novo que se ganha, vem sem pressa, vem mansinho...sem querer...bem devagar... O mesmo Gil prolixo, o companheiro de jornada de Caê - ao qual atribuem o bordão "oh sim, oh não" para indicar o assunto inconclusivo-, é autor de obras permeadas pelo lirismo, como "Bem Devagar". É um apanhado de frases simples, mas com uma carga poética valorosa, que aborda o fim de um romance e a centelha de uma nova história de amor.

Quem nunca se deleitou com as desventuras de um incipiente e delicioso sentimento? As brisas ficam mais suaves, os dias amenos, as verdades antes cristalizadas e defendidas de forma ferrenha perdem a importância...É o início de um vínculo forte - quiçá duradouro - entre dois corpos e a simbiose de almas distintas que em alguns momentos se tornam um só ser.

Assim como desponta um bem-querer renovado, o velho é extirpado. Perde a importância, visto que a lacuna no peito foi preenchida com algo edificante, bonito, revigorante. O relacionamento passado é desbotado e contrasta com as cores intensas impressas no novo cenário delineado.

O objeto de desejo ultrapassado foi relevante para a construção do nosso eu. E certamente será alguém importante na vida de outrem. São ciclos de evolução. Nos encontramos e abdicamos da companhia das pessoas conforme nossas necessidades carnais, mentais, espirituais...

"E como o despertar depois de um sonho mau/ Eu vi o amor surgindo em seu olhar / E a beleza da ternura de sentir você/ Chegou sem correr / Bem devagar...

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