Scrap a Eugenia Zerbini, autora de "As Netas da Ema"

Olá, Eugenia

Terminei de ler seu livro ontem.
Você tem um jeito bacana de desdobrar a trajetória das personagens, mas devo dizer que me decepcionei um pouco. Aí já me deparei com um dilema clichê: será que eu criei expectativas demais em relação à trama ou a autora não é tão boa quanto as críticas alardearam?
Gostaria de contar meu encontro com As Netas da Ema. Primeiro encontrei um texto maravilhoso da articulista do site No Mínimo, hospedado no Ibest, Carla Rodrigues. Encantei-me com a tônica e fiquei com muita vontade de ler o livro. Depois, sem ter procurado, lá estava a indicação na revista Bravo. Aí pensei: não tenho mais como fugir dessas netas perseguidoras!
Procurei um sebo e logo adquiri o Madame Bovary. Lembrava desse romance, pois ele é obra continuamente citada nos currículos escolares. Mas só tinha lido resumos. Bem, devorei o livro. Refleti muito sobre a vida daquela mulher insatisfeita e fadada ao trágico fim.
Chego agora ao ponto em que falarei de As Netas...A discussão sobre a condição feminina é importantíssima. As mudanças de papéis, os anseios, as dúvidas, enfim, todos os aspectos que permeiam a vida da mulher. No entanto, achei que as conversas entre as amigas eram um tanto forçadas. Todas as personagens do livro tinham embasamento histórico para explanar dados tão corretos e de forma tão didática? Será que as citações de pessoas, fatos, obras literárias e cinematográficas não extrapolaram a narrativa? Eu terminei a leitura com um vazio. A narração em primeira pessoa não me agradou. Em terceira, ficaria mais palatável a inserção de vultos históricos.
Bem, vou encerrar meu discurso e devo dizer que não o escrevi com função de ofendê-la.
Um abraço e parabéns pela escolha do tema. Quem sabe não vale a pena descobrir As Bisnetas da Ema?

Postagens mais visitadas