Laririnto

Caminho por uma estrada curvilínea. Lá atrás, quando iniciava o percurso, nem imaginava como essa rota seria. Houve curvas. Passei pela chuva. Molhei os pés, os cabelos e encharquei o corpo e o coração de lágrimas. Depois descobri, na verdade, que caminhava dentro de um labirinto, em que as paredes que me confundiam também eram a redoma que me protegia.

Blindei-me de mim mesma e de outrem. Hermeticamente, me vi fechada dentro de uma bolha, repetindo o mesmo trajeto. Como posso eu ser o caminhante e a parede ao mesmo tempo? Quando foi que eu me permiti perder-me de mim mesma?

Seguramente, as respostas estão em curso. Pouco a pouco, vou tateando as paredes respectivamente de proteção e cárcere, buscando a luz do dia. Almejo o ar puro, a linha reta, ou até mesmo as curvas que levam a estradas lindas e a abismos. Quero ver o arco-íris e a noite brilhante. Vou me banhar na cachoeira mais caudalosa e caprichosamente desenhada que encontrar por aí. Eu vou.

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