Meu conto de fadas pessoal


Em suma, queremos o sumo do belo. A vontade (in)consciente de devorar o mundo, fagocitar as ideias, quebrar os paradigmas, virar tudo pelo avesso e começar de novo. Isso começa dentro, no âmago, no fundo do baú dos sonhos e devaneios. O vasto e infindável universo subjetivo que não podemos ver, nem tocar, que do tangível passa longe, mas é o responsável por transformar o incômodo em algo palpável e compreensível.

É o caos que aglutina o que foi lido, visto, sentido, ouvido, pensado. É a dor de refletir sobre o que é o existir que transforma simples melodias em sinfonias, frases sem sentido em obras memoráveis, um sorriso bobo na alegria mais que perfeita.

A saudade que mora no peito sem consolo, a espera pelo "olá" distante, o murmúrio feito ao ouvido sobre um futuro que ainda está sendo gerado...tudo isso é a síntese das torrentes de amor e desejo, "som e fúria", medo e força, o balanço dos cabelos, a beleza das lágrimas...

É a perfeição desordenada que todos vivenciamos diariamente em nossos pensamentos, lembranças, nostalgia. É a leitura feita em verso do banal. É a transposição do real para o ambiente de sonho. Aquele lugar que lembra a casa de doces de João e Maria, um reino encantado, um conto de fadas particular do qual não queremos sair jamais...

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