Austen arquetípica

Finalizei recentemente a leitura de quatro clássicos de Jane Austen, fiz alguns comentários (abaixo), mas ainda não estou satisfeita com as análises. Refletindo sobre Orgulho e Preconceito, me detive sobre a personagem Lady Catherine de Bourgh. Representaria ela um arquétipo do nosso superego, como as antagonistas das princesas nos contos de fadas? É interessante como ela faz de tudo para separar os "mocinhos", sem, no entanto, recorrer a golpes e outros recursos folhetinescos para concretizar seu intuito. Ela apela à Elizabeth que se atenha às tradições, respeite a aliança formatada entre sua família e a família Darcy - que havia acertado o casamento do mocinho com Miss de Bourgh -, e tenha "sensatez" para analisar seu envolvimento com Mr. Darcy, concluindo que essa história jamais poderia dar certo diante de suas diferenças sociais. Elizabeth rebate todas os argumentos de Lady Catherine e, posteriormente, aceita o amor do mocinho, acabando "feliz para sempre". A própria Elizabeth seria o ego, que agiria após contrabalançar suas vontades e sentimentos primários e as regras da "boa convivência em sociedade".

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