O Passado

Eu adoro sorrir. É um dos gestos mais bonitos e espontâneos da humanidade. Não me refiro aos sorrisinhos cínicos. Falo sobre as gargalhadas expansivas, sonoras; da alegria contagiante emanada pela risada de uma criança...Procuro sorrir sempre que posso, ter felicidade estampada no rosto, mas há os momentos em que a boca se fecha, escamoteia os dentes, e me entrego a refletir sobre o que passou...sobre como estou e o que penso...e me pego a sonhar ou tentar prever o que me aguarda nos próximos dias, meses, anos e décadas!

Por mais que lute contra um passado recente, alguma tristeza sempre brota quando me recordo dos anseios não concluídos. Lamento pelo amor que não desabrochou e morreu antes de termos certeza de que era algo que valia a pena. Hoje quando vejo que o meu bem querer de outrora quer outra que não eu, sinto um certo desconforto, uma angústia. Quiçá seja o medo de meu coração não se permitir amar de novo e estreitar laços.

Queria ter derramado todas as lágrimas do mundo, ter fechado minhas feridas e esquecido todos os bons e maus momentos que já se foram. Segui em frente. Continuarei agindo dessa forma, pois não sei me entregar ao desalento. No entanto, no fundo do meu coração sempre reinará uma cicatriz profunda de uma chaga mal curada. A dor de uma quimera. Algo que parecia tão bonito, mas era frágil, mais do que pude perceber...

Talvez minha sina seja a observação dos fatos que se desdobram a outrem...apreender tudo o que meus olhos testemunham e relatar, reportar, escrever, refletir, reconstruir...minhas histórias só interessam a mim. Pelo menos por enquanto. Que assim seja.

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