Mulheres: são de Vênus ou de Marte?

Durante a minha navegação costumeira pelo cyberspace, encontrei textos que traduzem com fidedignidade o comportamento das mulheres contemporâneas. O primeiro fragmento é uma frase de Drummond, que alude ao racionalismo exacerbado praticado por nós. Enquanto procuramos, à exaustão, a lógica das coisas, o lirismo se dispersa. O texto subseqüente trata de uma "síndrome pós - moderna: a da mulher cabeça". Muitas de nós se encaixam nesses "estereótipos" criados a partir do fenômeno que nos tornamos. Quiçá a trajetória da figura feminina, no século XX principalmente , seja mais avassaladora que guerras e tragédias decorrentes de ações da natureza e dos seres humanos?
Há pouco tempo fiz a releitura de "Senhora", do romântico José de Alencar. Nessa obra, o que move a heroína rumo à sua independência é um amor ferido. Assim que restitui a confiança perdida no objeto de sua adoração, a mocinha se lança aos pés do amado, entregando-lhe o coração e lhe jurando amor eterno. Trata-se de um ato de abnegação, porque não dizer subserviência ao homem que a magoara. Resumo: A força brotou movida por um sentimento de vingança, não por uma iniciativa construtiva. A passionalidade norteou todo o conjunto de ações da heroína. Um amor que constrói e corrói em poucos instantes. A mulher, nos idos do século XIX, era vista apenas como um serzinho frívolo e sonhador, incapaz de assumir papéis relevantes na esfera social. Suas atribuições: servir ao pai, ao marido e aos filhos. Pensar? Não, ela não havia sido criada para isso. Pois é. Combatemos esse mito, mas ainda buscamos o equilíbrio entre razão e emoção. Os textos abaixo refletem sobre esses aspectos que assolam o íntimo feminino.
"Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida." Drummond
Manifesto
A síndrome da mulher cabeça Psicóloga lança teoria segundo a qual mulheres inteligentes e bem-sucedidas não conseguem "amarrar" os homens porque não são femininas o bastante. Hahaha
edição e reportagem Nina Lemos

Essa coisa de ficar mostrando quais são as diferenças entre homens e mulheres e, principalmente, explicar por que muitas de nós não têm namorado virou um meganegócio lucrativo. A nossa tão falada solidão (que nem é tão solitária assim) vende livros de auto-ajuda a rodos. É um saco, mas a gente até que já se acostumou. Ou achou que tinha.
Porque eis que descobrimos uma psicóloga (sim, uma MULHER) chamada Cláudya Toledo que criou uma coisa chamada Núcleo de Relacionamentos A2 Encontros, uma agência que forma casais, basicamente. Pois essa cupida defende, nas palestras que ministra em sua A2, a teoria de que fêmeas inteligentes afastam os homens — o que ela chama de "síndrome da mulher cabeça".
De acordo com a teoria da psicóloga, "as mulheres cabeça" são inteligentes e bem-sucedidas, mas têm profundos bloqueios de relacionamento com o sexo oposto. Ainda segundo a tese, a gente sabe que está sofrendo da síndrome quando "pensa mais que sente e não utiliza a feminilidade para conquistar e amarrar o homem". Essa tal mulher cabeça também não tem, supostamente, postura suficientemente feminina. "Ela quer segurar o homem no papo, como se estivesse negociando, mas o homem cola na mulher, em primeiro lugar, através do visual e gestual femino (sic)."
Moral da história: se seu objetivo é casar, emburreça rapidamente. De uma tacada só, a psicóloga sugere que mulher feliz é mulher burra e que todo homem é uma anta. Só rindo.

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