Simplesmente acontece

Eu amei. Amei um, dois, três homens, episódios, farras ou viagens que fiz. Tive os meus dias de Maysa, e vi meu mundo cair, para depois, tijolo por tijolo, reconstruí-lo e moldá-lo de outro jeito. De que barro somos feitos? Como  a nossa forma foi idealizada e qual é o modo certo de fazer o boneco ganhar vida e seguir seu rumo pelo melhor caminho? Será que somente eu me sinto boneca boba, cuja mão é apertada, e que, ao receber a pressão, diz "Hi, mommy"?

O tempo passa tão rápido. Sinto-me no assento do avião, olhando o chão ficando mais longe, e as nuvens, densas e dançantes, parecendo algodão doce sem corante. Ou mesmo dentro de um ônibus, vendo a estrada sendo engolida, com o rosto encostado no vidro, pensando no que me espera na estação. Já vi choros na rodoviária. Já vi sorrisos no aeroporto. As emoções estão aí perambulando, enquanto a gente vai tentando entendê-las ou lacrar a caixa de Pandora para não sentir mais nada.

Eu sempre lembro dos olhos de outrem. Esses olhos cheios de expressão, paixão, coragem e alegria simplesmente pelo momento presente vivido. Sinto de maneira pulsante a energia vital emanada por quem amou, entregou-se, permitiu que a vida fosse mágica, perfeita em sua aparente desordem.

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