Inconstância, paradoxo, mutações, dualismos!!!!!!!!!!!!

Penso em todas as injustiças sociais deflagradas sistematicamente diante dos nossos olhos. Lamento os crimes vis, as famílias desfeitas, a miséria que corrompe o corpo e a alma das pessoas e todas as chagas que destroem o complexo social. Concomitante a isso, existem as minhas pequenas e grandes dores. Essa miscelânea de sentimentos deprime, choca, e me encaminha a um dilema: mergulhar profundamente nos meus dramas pessoais e nas tristezas do mundo ou simplesmente me tornar alheia a todo esse processo, me refugiando no que é belo?
Há um meio termo? Às vezes, lágrimas vertem solitárias dos meus olhos ao ler uma matéria daquele tipo que desmancha corações. Não é raro acontecer esses “passeios de água pelo meu rosto” ao lembrar de coisas que aconteceram diretamente comigo. Enfim, sorrir às vezes se torna uma empreitada complicada.
Hannah Arendt utiliza a metáfora do deserto e do oásis para exemplificar a relação entre a realidade cáustica e o reduto da felicidade. Conclui sabiamente que não dimensionamos um aspecto, sem ter o conhecimento do outro. Portanto, será que é necessário que se observe tamanho sofrimento para se valorizar as pequenas porções de alegria e encantamento da vida?
Inconstância, paradoxo, mutações, dualismos...ufa!!!!!!! Todas essas palavras só servem para determinar que temos que ser flexíveis mas resistentes, para suportar o peso das intempéries e não sucumbir e aproveitar as partículas de momentos positivos quando eles surgem.
As aberrações comportamentais continuarão a existir, entretanto, temos que manter a lucidez...sempre!

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